Jovem baleada pela PRF volta a respirar com ajuda de aparelhos

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Juliana Leite Rangel, de 23 anos, baleada na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal, apresentou uma piora no quadro clínico e precisou retornar ao uso de ventilação mecânica na noite desta terça-feira (7). O boletim médico atualizado nesta quarta-feira (8) aponta que a jovem teve febre e sinais de uma nova infecção, levando à retomada de medicações para controle da pressão arterial.

Segundo informações do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, Juliana está respirando com o auxílio de aparelhos, por meio de traqueostomia, sob sedação leve. A infecção interrompeu o processo de reabilitação que havia sido iniciado após melhora inicial. No entanto, a equipe médica informou que não foram registrados novos sintomas neurológicos, nem houve necessidade de novas intervenções cirúrgicas.

“A paciente permanece sem novos déficits neurológicos, e o processo de reabilitação será retomado assim que o quadro infeccioso estiver controlado”, informou a direção do hospital em nota oficial.

Juliana segue em terapia intensiva, sendo acompanhada por neurocirurgiões, psicólogos e uma equipe multidisciplinar. Até o momento, não há previsão de alta do Centro de Terapia Intensiva (CTI).

Melhoras interrompidas

Nos últimos dias, Juliana vinha apresentando sinais significativos de melhora. Segundo o boletim médico divulgado na última segunda-feira (6), a jovem respirava sem auxílio de aparelhos, estava acordada e interagia com a equipe médica. Além disso, ela vinha recuperando funções motoras e cognitivas, com progressos que indicavam uma reabilitação promissora.

No entanto, o agravamento do quadro infeccioso interrompeu esse avanço, e a jovem voltou a depender de suporte intensivo.

Relembre o caso

Na noite de 24 de dezembro, Juliana foi atingida por um tiro de fuzil enquanto estava no carro da família, na Rodovia Washington Luís (BR-040), em Duque de Caxias. O veículo, que transportava cinco pessoas, foi alvejado várias vezes. O pai de Juliana, que dirigia o carro, foi ferido na mão esquerda, mas recebeu alta no mesmo dia. Segundo ele, não havia motivo para a abordagem violenta.

O caso é investigado pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF). Os agentes envolvidos na abordagem foram afastados preventivamente de suas funções operacionais enquanto as investigações prosseguem. Em nota, a PRF declarou que apura possíveis excessos cometidos durante a operação.

A tragédia aconteceu poucas horas após o governo federal publicar um decreto regulamentando o uso da força em ações policiais, com diretrizes que determinam que armas de fogo devem ser usadas apenas como último recurso.

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